Durante o encerramento do G20 Social no Rio de Janeiro, neste sábado (16), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o modelo econômico neoliberal, atribuindo-lhe um papel central na intensificação das desigualdades sociais. Em um discurso marcado por uma defesa enfática de jornadas de trabalho mais equilibradas, Lula sublinhou que questões como a redução do custo de vida e condições mais humanas de trabalho devem ser prioridades na agenda do G20. “O neoliberalismo agravou uma desigualdade econômica e política que hoje assola as democracias”, declarou o presidente. No entanto, Lula evitou entrar em temas específicos, como a proposta da jornada de trabalho no modelo 6x1, que ainda está em tramitação no Congresso.

Lula também usou o evento como plataforma para criticar a exclusão de países da América Latina e da África dos processos de decisão globais, com foco no Conselho de Segurança da ONU. “Onde está o continente africano na ONU? Onde está o continente latino-americano?”, questionou. O presidente reforçou a necessidade de uma reforma nas instituições internacionais e destacou a importância de responsabilizar os países economicamente dominantes para promover justiça social e sustentabilidade climática. A primeira edição do G20 Social, realizada sob a presidência do Brasil, reuniu movimentos sociais para debater caminhos alternativos de desenvolvimento.Em âmbito nacional, Lula reiterou seu compromisso contra cortes em áreas sociais, afirmando que os recursos destinados a políticas públicas devem ser vistos como “investimentos, não gastos”. Ele ressaltou que populações marginalizadas ainda são invisíveis nos orçamentos nacionais e cobrou maior atenção às suas necessidades. Embora o governo esteja atento ao debate sobre a jornada de trabalho, o Planalto tem dado prioridade à aprovação da Lei Orçamentária Anual e às medidas de contenção de gastos apresentadas pelo Ministério da Fazenda. “Os países do G20 representam 85% do PIB mundial e quase dois terços da população global. Podemos fazer a diferença”, concluiu o presidente