A casa de Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tiü França, bolsonarista e ex-candidato a vereador pelo Partido Liberal, foi incendiada na manhã deste domingo (17) em Rio do Sul, Santa Catarina. Tiü França ganhou notoriedade após a tentativa de assassinato contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na última quarta-feira (13), quando explodiu uma série de fogos de artifício em um carro próximo à Câmara dos Deputados, em Brasília. O ataque, que terminou com sua morte após ser atingido por uma de suas próprias bombas, gerou repercussão nacional.
O incêndio na residência de Tiü França já é tratado nas redes sociais como uma possível queima de arquivo, especialmente após a Polícia Federal anunciar que investigará o caso como uma extensão dos atentados golpistas de 8 de janeiro, que marcaram a tentativa de golpe contra as instituições democráticas do Brasil.
Ex-esposa de Tiü França é resgatada após incêndio
A ex-esposa de Tiü França foi a principal vítima do incêndio. Ela foi resgatada inicialmente por moradores locais e, em seguida, levada a um hospital da região com queimaduras de 1°, 2° e 3° grau. Segundo testemunhas, a mulher foi responsável por dar início ao incêndio, que foi notado pelos vizinhos por volta das 7h deste domingo.
Investigações e a teoria da rede de apoio
O incêndio na casa de Tiü França levanta questões sobre os eventos que cercam a tentativa de assassinato de Moraes. Para o professor Francisco Teixeira, titular aposentado de História Moderna e Contemporânea da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a ideia de que Tiü França agiu como um "lobo solitário" é questionável. Teixeira argumenta que, dada a complexidade das ações de Tiü França, como a compra de material para fabricar explosivos, estadias em hotéis e transporte para Brasília, não é viável que ele tenha agido sem o apoio de uma rede de pessoas.
"O 'lobo solitário' é uma narrativa fácil, mas quem está sem renda, com dívidas, consegue realmente fazer tudo isso sozinho? Manter-se em Brasília por semanas, comprar um carro e os materiais necessários para ataques? Não faz sentido", afirma Teixeira. O professor ressalta que a declaração de Tiü França sobre iniciar algo grande indica a existência de uma rede de apoio, algo que foi corroborado pelo diretor-geral da Polícia Federal.
O caso continua sendo investigado pela Polícia Federal, que busca entender a extensão das redes de apoio que poderiam estar por trás das ações de Tiü França, além de esclarecer as circunstâncias que levaram ao incêndio em sua casa e ao envolvimento da ex-esposa no incidente.
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